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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Secretário de Saúde denuncia desmonte na Saúde de Icapuí

Posto de Saúde de Barreiras
O Secretário de Saúde e Saneamento de Icapuí, Sérgio Araújo, fez nesta sexta, 4 de novembro, durante sessão da Câmara Municipal, um balanço dos primeiros 30 dias à frente da pasta. Munido de documentos, fotos e relatórios, ele solicitou o espaço à presidência da Casa para denunciar o desmonte da Saúde pela gestão do prefeito cassado, fez um balanço das ações do governo interino e anunciou a vinda de recursos obtidos com a ajuda de parlamentares e dos governos Estadual e Federal para Icapuí.

Frota da saúde está quase toda sucateada
Exatos 31 dias após assumir a pasta, Sérgio explicou os objetivos da sua presença na Câmara. “Não deixaremos de passar para população como recebemos a secretaria. Acho que é uma obrigação da minha pessoa, de forma transparente, deixar claro como a gestão do prefeito cassado deixou a Secretaria de Saúde e Saneamento”, afirmou. Segundo ele, todos os dados apresentados estão baseados em fatos averiguados in loco pela equipe da Secretaria, documentos, relatórios de inspeção do Ministério Público e da Regional de Saúde 7 do Governo do Estado.


Consultório do PSF de Belém
O titular da Saúde mostrou primeiro a situação do Hospital Maria Idalina. “Antes de mudar de gestão, foi feita uma inspeção do Ministério Público, que queria o fechamento total do hospital. Foi feita também uma inspeção pela Secretaria de Saúde do Estado, que pediu o fechamento do pavilhão de internamento. O hospital não está internando ninguém”, explicou, ao revelar que a Prefeitura tem gasto muito dinheiro com fretes de veículos para o deslocamento de pacientes.

De acordo com o secretário, a falta ou o não funcionamento de diversos equipamentos é um dos aspectos mais graves da crise pela qual passa a Saúde de Icapuí. “Nos últimos três meses faleceram quatro pessoas por problemas cardíacos enquanto falta um desfibrilador. Conversei com os médicos e eles disseram que com este aparelho quase todas poderiam ter sido evitadas”, informou.

Macas e utensílios do Hospital
Foram mostradas fotos do autoclave, que realiza a esterilização de artigos hospitalares. O aparelho foi comprado há mais de seis meses pela gestão cassada, e só agora instalado pelo governo interino do prefeito Cadá (PSD). Outra foto mostrada foi a do aparelho de raio X do Hospital Maria Idalina. “A demanda por esse tipo de exame é muito grande. Tanto que o nosso ortopedista, o doutor Marcelo Girão, deixou de vir à cidade porque o raio X não funcionava. Mas nós conseguimos resolver esse problema até a próxima terça-feira, e o médico deverá voltar a atender, porque foi um pedido dos munícipes”, disse.

Durante a apresentação, Sérgio Araújo fez outra revelação grave. Ele mostrou imagens de documentos da empresa E&E Hospitalar, sediada em Mossoró (RN). Os documentos mostram aparelhos do hospital e dos postos de saúde de Icapuí retidos na sede da empresa para conserto. Conforme o secretário, um funcionário da empresa esteve na cidade para informar a gestão interina da situação, e tentar uma solução para o problema.

“O funcionário me disse que estava disposto a consertar, mas pediu que a Secretaria quitasse uma dívida de R$ 6 mil, pendente desde 2008”, adiantou o secretário que, ao consultar a gerência financeira da secretaria, verificou não haverem empenhos para o pagamento. “Nós adiantamos R$ 4 mil para ele montar a autoclave e o raio X. Quanto aos R$ 6 mil, estamos procurando um meio legal para proceder o pagamento, e já mandamos a empresa consertar os equipamentos”, colocou Sérgio. Entre os aparelhos, está o desfibrilador, usado em procedimentos de ressuscitação.

As dívidas com os fornecedores também foram abordadas na palestra do secretário na Câmara. Segundo ele, a prefeitura está devendo a todos, o que ocasionou a falta de medicamentos no hospital e nos postos. Em um caso, a dívida chega a R$ 100 mil. O fornecimento dos medicamentos especiais, como para tratamento de epilepsia, hipertensão e diabetes foi suspenso por falta de pagamento de R$ 403,00 da contrapartida do município. “Esses medicamentos estão em falta há 4 meses, e os gestores anteriores podem ser penalizados no futuro”. Sérgio disse ainda que os medicamentos da atenção básica estão na mesma situação, desta vez porque a gestão cassada não pagou R$ 2.400 de contrapartida. Remédios como Voltaren e Diclofenaco, disponibilizados nos postos de saúde, estão em falta.  

Sérgio Araújo destacou em seu discurso o compromisso do prefeito interino de atender aos pleitos da secretaria, principalmente as questões mais urgentes. “Cadá deu demonstração de que um prefeito de qualidade faz a diferença, um prefeito que prioriza seus secretários”, elogiou.

Cadeira odontológica em Morro Pintado
Ao mostrar a situação da maternidade, fechada há cerca de três anos, o titular da Saúde disse ser esse um dos fatos que mais magoa a ele e a população de Icapuí. Nas imagens, salas de parto em péssimas condições, equipamentos corroídos pela ferrugem, camas e berçários sucateados. “Isso dói muito porque foi uma conquista importante para o povo durante a gestão de Dedé Teixeira, com a ajuda da então deputada federal por São Paulo, Telma de Sousa. Infelizmente, a maternidade hoje não tem a mínima condição de atender a uma gestante sequer”, pontuou.

Morcegos no posto de Barreiras
Quanto aos postos de Saúde, Sérgio Araújo colocou a unidade de Barreiras como caso emblemático e mais grave do abandono a que a Saúde de Icapuí foi submetida na gestão de Irmão Edilson. “Todo mundo concordou que lá é prioridade”, informou. Nas fotos, dificuldades de acesso ao prédio, morcegos no telhado, paredes com ferragens à mostra, armários, maca e balanças enferrujadas. O Secretário anunciou que o objetivo é construir um novo posto de saúde para aquela comunidade. Foram mostradas ainda fotos das péssimas condições de funcionamento dos postos de Peixe Gordo e Morro Pintado.

Ambulância da Prefeitura abandonada
A situação dos veículos pertencentes à secretaria de Saúde foi outro tópico colocado por Sérgio Araújo. Segundo ele, diversos deles estão deteriorados, outros em oficinas em Fortaleza e até no Rio Grande do Norte. Em alguns casos, as despesas com os serviços ultrapassam o valor de mercado dos carros. “Vamos abrir processos para responsabilizar quem tem que ser responsabilizado. Enquanto isso, vários carros eram contratados pela Saúde sem prestar os devidos serviços. Temos documentos comprovando que esses veículos inclusive eram pagos em dia” denunciou, contrapondo esse fato ao atraso no pagamento de funcionários dos PSFs.

A parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU, se encontra suspensa por falta de apoio da Prefeitura, que não fazia manutenção da base de apoio e nem disponibilizava alimentação para dois profissionais do serviço. “Até o início do ano que vem a casa vai estar montada e os profissionais poderão voltar. Esse é um problema pequeno de resolver”, adiantou.

No que diz respeito aos funcionários, Sérgio Araújo denunciou que, quando a gestão interina assumiu a prefeitura, os servidores efetivos se encontravam com salários atrasados havia dois meses. A GAP, gratificação a que esses servidores têm direito, há 7 anos não vinha sendo paga.

O secretário fez outra denúncia, segundo a qual os funcionários que prestavam serviços à prefeitura na área da saúde também estavam com vencimentos atrasados. “Como a contabilidade da gestão cassada fazia o milagre de pagar a uns e outros não? Conluios com prefeito, que pagava por amizade. Havia gente com dois meses atrasado e outras com 6 meses sem receber. No PSF da Redonda, uma mulher disse que está desde fevereiro sem receber, e trabalhou”, asseverou, acrescentando que um restaurante na localidade, que fornecia alimentação aos funcionários do posto, também não estava recebendo o pagamento.

Moto da Prefeitura em depreciação
Por fim, o secretário de Saúde de Icapuí falou sobre o déficit nas contas da pasta. Os débitos em consignações recolhidas pela Prefeitura e não repassadas ao INSS, IRPJ e outros chega a R$ 1.111.898,10. Somente à Icaprev, a Saúde deve R$ 257.706,80, sendo R$ 143.987,78 somente de descontos dos servidores. Junto ao INSS, a dívida é de R$ 360.908,99, à Receita Federaj (IRPF) R$ 272.778,02 e ao Imposto Sobre Serviços (ISS) 127.994,87.
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